segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O processo de análise

Nem só com softwares se faz Análise do Conteúdo. Depois de categorizar as falas dos entrevistados utilizando o WebQDA, para facilitar a leitura do material coletado e fazer a conferência das descrições, todo o material foi impresso e disponibilizado para consulta durante o processo de redação da tese.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Análise do Conteúdo

O ano está acabando, mas o trabalho continua. Foi concluída hoje a categorização do conteúdo das entrevistas. Isso significa que, depois de ler todo o material coletado, as informações foram classificadas em categorias. Isso facilitará o trabalho na Análise de Conteúdo, método que está sendo adotado para descrever o resultado das entrevistas com os frequentadores do AcessaSP.

A Análise do Conteúdo é uma metodologia científica, comumente usada em áreas como a Psicologia e Comunicação, dentre outras da área das Ciências Sociais. Em todos os casos, ela é empregada quando há necessidade de interpretar mensagens contidas em textos, imagens, áudios e vídeos. Ou seja, a mensagem pode ser oral ou escrita, gestual, silenciosa, figurativa ou documental. No caso desta pesquisa, as mensagens verbais foram transcritas no formato texto para facilitar o processo de análise.

A pesquisadora Maria Laura P. B. Franco, num livro que explica o que é e como fazer a Análise do Conteúdo, usa algumas comparações interessantes para que compreendamos o que se faz num tipo de metodologia como essa. Ela compara o trabalho do pesquisador que utiliza esse tipo de recurso ao trabalho de um arqueólogo ou de um detetive. Da mesma forma que esses dois profissionais trabalham com vestígios, pistas e evidências, o trabalho aqui se trata de descrever o que está explicito e implícito nas falas dos frequentadores do AcessaSP.

Abaixo pode ser visualizado o trabalho de categorização utilizando o WebQDA, um software de apoio à análises qualitativas. O sistema foi criado na Universidade de Aveiro, em Portugal, mesma instituição onde ocorreu estágio doutoral em relação a esta pesquisa sobre o AcessaSP, de fevereiro a agosto de 2013.




sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Transcrição concluída

Foi concluída hoje a transcrição das entrevistas. De 21 delas que são válidas para a pesquisa, foram computadas 6 horas, 44 minutos e 13 segundos de gravação de áudio. Na passagem do formato de áudio para o formato de texto são, por sua vez, 51.081 palavras e 276.098 caracteres.

O processo de transcrição é necessário para permitir que seja efetuada a Análise de Conteúdo, próxima fase da pesquisa, a partir da qual se pretende interpretar os dados recolhidos e apresentar uma descrição aprofundada do pensamento dos frequentadores do AcessaSP que participam da pesquisa como voluntários.

Para facilitar a transcrição de áudio sem ter que controlar a audição da entrevista num software e a redação do texto em outro, utilizou-se um App voltado para Google Chrome chamado Transcribe. Esta ferramenta propõe-se a transcrever o áudio automaticamente. Porém, como apresenta muitas diferenças entre o que o software reconhece e o que realmente foi dito na entrevista, optou-se por uma transcrição manual.

Visão do processo de transcrição utilizando Transcribe.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A definição dos locais e número de entrevistados

Como já foi mencionado neste blog, as entrevistas com os frequentadores do AcessaSP foram realizadas em dois lugares específicos (Parque da Juventude e Biblioteca Municipal de São Carlos) e correspondem a uma perspectiva qualitativa da pesquisa.

Parque da Juventude, onde está situado um dos postos 
do AcessaSP onde foram conduzidas as entrevistas.

Por conta desta abordagem, os locais e o número de entrevistados (20), por sua vez, foram definidos de acordo com uma "amostra de conveniência", termo da estatística que quer dizer que o pesquisador fez uso de dados que estavam a seu alcance, não optando por uma amostragem probabilística, na qual todos as pessoas do grupo estudado têm a mesma chance de participar.

Essa decisão também foi tomada porque numa fase anterior do estudo foram considerados os dados da PONLINE, uma pesquisa quantitativa junto aos frequentadores do AcessaSP que possui uma amostragem aleatória simples, o que permite que frequentadores de todos os postos do Programa tenham a chance de opinar em relação ao que é apresentado num questionário com perguntas objetivas.

Além disso, a atual pesquisa tem uma perspectiva netnográfica que pretende descrever de uma forma mais intensa a relação dos frequentados com o AcessaSP. Assim, as entrevistas permitem captar subjetividades e impressões mais ricas sobre a experiência destas pessoas com o Programa e com a Internet.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Registros das entrevistas

Antes de entrevista, frequentador do AcessaSP do Parque da Juventude 
confere Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Frequentador do Parque da Juventude durante entrevista.

Frequentador do AcessaSP da Biblioteca Municipal de São Carlos 
concede entrevista no dia 11 de dezembro.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Entrevistas concluídas

No dia 11 de dezembro foram concluídas as entrevistas com os frequentadores do AcessaSP para a pesquisa sobre Interatividade e Literacias. Desde o dia 22 de outubro foram entrevistadas 26 pessoas, sendo 12 na capital, em São Paulo, e 14 no interior, na cidade de São Carlos.

Entre os entrevistados, predominam os do sexo masculino. Foram 19 homens e 7 mulheres. A maior parte tem Ensino Médio completo. São 10 pessoas com essa escolaridade, seguidas de 4 com Ensino Médio incompleto, 4 com Ensino Superior completo, 4 com Ensino Superior incompleto, 3 com pós-graduação e uma com Ensino Fundamental completo.

Em relação à renda familiar, nem todos os entrevistados responderam esta pergunta. No entanto, entre os que responderam predominam aqueles que tem renda até um salário mínimo. São 6 pessoas nesta faixa, seguidas de 5 pessoas com renda familiar de cinco a sete salários mínimos, 4 com renda de três a cinco SM, 3 com mais do que nove SM, duas com renda de dois a três SM e 2 com renda de 1 a 2 SM.

O próximo passo da pesquisa está sendo a transcrição dos áudios gravados para, em seguida, realizar a análise dos conteúdos obtidos nas entrevistas. Em todo o processo está sendo mantido sigilo sobre os dados pessoais dos voluntários, seguindo os preceitos éticos da pesquisa.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Entrevistas

Uma das técnicas utilizadas nesta pesquisa é a entrevista. Escolhemos este método pela possibilidade de diálogo e interação entre as pessoas envolvidas, ou seja, o pesquisador e os frequentadores do AcessaSP.

Por meio das entrevistas, esperamos aprofundar ao máximo o tema da pesquisa, entendendo questões sobre o AcessaSP, a Internet e as habilidades e competências que as pessoas desenvolvem ao interagir com as tecnologias.

Para formular as perguntas da entrevista, foram realizados testes com um roteiro previamente preparado. As perguntas foram feitas a frequentadores do AcessaSP da Biblioteca Pública Municipal de São Carlos. A partir das respostas, as questões foram melhor elaboradas para que fossem bem compreendidas no momento da entrevista.

Ao todo, serão coletadas entrevistas de 20 pessoas, sendo 10 do AcessaSP do Parque da Juventude, em São Paulo, capital, e outras 10 no interior, na cidade de São Carlos.

Para respeitar a privacidade dos entrevistados e também as questões éticas da pesquisa, foi preparado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, um documento que contém informações sobre a pesquisa e a entrevista e é assinado entre o pesquisador e os participantes.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Por que esta pesquisa?


Para iniciar as postagens neste blog, resolvi falar sobre as motivações que me trouxeram até aqui e como surgiu meu interesse pelos temas da inclusão digital, da interatividade e das literacias.

A seleção destes assuntos como temas para pesquisa tem relação com minha trajetória profissional. Em 1996 comecei atuar com computação gráfica, tendo, antes disso, feito vários cursos de Informática. Cheguei a atuar com DOS, DBase, Clipper, numa época em que era comum utilizarmos disquetes gigantes e impressoras matriciais. Quando chegou o Windows 3.1 e me interessei por trabalhar com imagens, não demorou para eu conhecer as oportunidades de atuação com outros softwares voltados para o universo gráfico.

Foi por meio de um emprego onde eu trabalhava com diagramação de jornal impresso na cidade de Tupã, interior de São Paulo, que ampliei esse horizonte e me interessei pelo Jornalismo, que cursei entre 1999 e 2002.

Sem abandonar a Computação, aproveitei este novo universo para aliar os conhecimentos da Comunicação com a Computação. Meu Trabalho de Conclusão de Curso foi uma Revista Eletrônica sobre meio ambiente chamada Gaia, algo que, acredito, era inovador na época. Depois disso fiz pós-graduação em Computação, na área de Desenvolvimento de Software, e comecei a trabalhar com software livre, defendendo a questão do código-aberto. No mestrado, que cursei entre 2007 e 2010, meu tema foi a TV digital.

Diante de um percurso em que mesclei experiências no Jornalismo e na Computação, no Doutorado eu resolvi me envolver com preocupações sociais em relação à tecnologia. Assim surgiu o interesse pela inclusão digital, visto que muita gente ainda não tem acesso aos computadores e à Internet e, mais que isso, a um uso criativo das oportunidades que existem na web.

A orientação do doutorado pela Professora Brasilina Passarelli no Observatório da Cultura Digital da USP me apresentou novas perspectivas, como a das literacias, um conceito importante atualmente para discutir as habilidades e competências que desenvolvemos no ambiente das redes.

O AcessaSP, por sua vez, foi uma outra oportunidade que vislumbrei ao ingressar na Escola do Futuro, visto que se trata, certamente, de um dos maiores programas de inclusão digital do Brasil, tendo muitos dados e informações que posso investigar no doutorado objetivando gerar conhecimento sobre a inclusão digital.